Beija-Flor emociona, resgata sua essência e entra forte na disputa pelo título

Com uma apresentação arrebatadora, a Beija-Flor de Nilópolis honrou seu legado, resgatando a identidade que a consagrou e entregando um desfile grandioso, técnico e carregado de emoção. A escola foi a segunda a desfilar na segunda noite do Grupo Especial e fez da Sapucaí seu palco de exaltação ao maior nome de sua história: Laíla. Do Orun, parecia que o mestre ainda guiava sua comunidade, levando a Beija-Flor a uma de suas performances mais impactantes dos últimos anos.

A apresentação seguiu a fórmula que Laíla ajudou a construir: força técnica aliada à vibração da comunidade, resultando no já conhecido "rolo compressor nilopolitano". O canto poderoso, a harmonia impecável e a compactação da escola fizeram da Beija-Flor um espetáculo envolvente, potencializado pelo primoroso trabalho plástico de João Vitor Araújo. O conjunto visual impôs respeito, trazendo a grandiosidade característica da azul e branca, garantindo um tributo à altura do homenageado.

Além da beleza e da energia do enredo, a noite foi marcada por um momento histórico: a despedida oficial de Neguinho da Beija-Flor do comando do carro de som. Emocionado, o intérprete anunciou que voltará no sábado das campeãs. E, pelo o que a escola mostrou, é difícil imaginar um desfecho diferente: a Beija-Flor saiu da avenida sob os gritos de "é campeã", estabelecendo a melhor comunicação com o público até então.

O único contratempo foi um problema na última alegoria, onde a faixa com os dizeres "Do Orun, olhai por nós" acabou se enrolando, prejudicando sua leitura. No entanto, esse detalhe não comprometeu o brilho do desfile.

Com o enredo "Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas", a Beija-Flor prestou um tributo inesquecível a Luiz Fernando do Carmo, o Mestre Laíla, uma das figuras mais icônicas do carnaval. A apresentação foi encerrada dentro do tempo regulamentar, aos 76 minutos, e deixou Nilópolis novamente entre as principais candidatas ao título.